quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A transversalidade da literacia digital ao serviço das outras literacias

Apesar das TIC serem assumidas no Currículo Nacional do Ensino Básico em Portugal como “formação transdisciplinar”, devendo “conduzir, no âmbito da escolaridade obrigatória, a uma certificação da aquisição de competências básicas neste domínio” (Decreto-Lei 6/2001), não é isso que se verifica, por isso, surgem as Metas de Aprendizagem TIC com a indicação de que os discentes deverão adquirir nessa área ao longo do percurso escolar.
O estudo realizado para desenvolver as “Metas de Aprendizagem” resultou numa excelente oportunidade, para se equacionar, de uma forma sistemática, a definição do que os alunos deverão adquirir na área das TIC ao longo e em cada uma das etapas do seu percurso escolar.
As Metas de Aprendizagem TIC constituem uma orientação para o desempenho profissional, quer do professor, quer do professor bibliotecário, uma vez que apontam as áreas de competência a atingir pelos alunos em cada ciclo. Como refere o documento "Metas de Aprendizagem”, para o Pré-escolar, “a definição destas aprendizagens tem como propósito último servir de orientação para educadores de infância relativamente à seleção de estratégias de ensino e de avaliação dos resultados da aprendizagem. Podendo ainda ser útil a pais e outros adultos com responsabilidades na educação de crianças desta faixa etária”. O mesmo documento acrescenta, ainda, que “importa sublinhar que as aprendizagens visadas nesta faixa etária não são propriamente aquelas que dizem respeito ao conhecimento sobre o funcionamento dos equipamentos, dos programas ou dos recursos digitais. Mais do que isso, importa tirar partido do seu potencial para proporcionar às crianças melhores e mais ricas experiências de aprendizagem, valorizando as relações e interações que as crianças estabelecem entre diferentes sistemas sociais com características específicas (e.g. casa, sala de aula, rua)”.  Relativamente ao 1º ciclo o documento refere que “mais do que um currículo autónomo, a ideia nuclear é a de que estas metas constituam o referencial a considerar por cada professor na sua área específica, numa ótica de desenvolvimento global do aluno, permitindo-lhe compreender em que matérias, para que fins e como será adequado e pertinente mobilizar as TIC”. Protagoniza, ainda, a ideia de que “a operacionalização das metas de aprendizagem na área das TIC assenta numa lógica de interação entre os diferentes campos do conhecimento científico que compõem o Currículo (áreas disciplinares/curriculares), em articulação estreita com as aquisições de natureza transversal estruturantes do desenvolvimento global do indivíduo, dando origem a uma estrutura de áreas de competência organizadas, em função da sua especificidade”.
O mesmo documento aponta também um conjunto de estratégias de operacionalização, atividades e tarefas adequadas, para que os alunos, do pré-escolar, 1º, 2º e 3º ciclos, sob orientação dos docentes, possam tirar vantagens das tecnologias digitais.
A biblioteca escolar/professor bibliotecário são imprescindíveis neste desenvolvimento dado que a BE proporciona ambientes formativos e de acolhimento promotores da leitura, de uma cidadania ativa e da aprendizagem ao longo da vida. A biblioteca escolar tem um importante papel a desempenhar na promoção e desenvolvimento de literacias que permitirão aos alunos a integração efetiva, profícua e feliz na Sociedade da Informação. As bibliotecas escolares, na definição/programação/planificação de atividades com professores e alunos deverão ter sempre em consideração as Metas de Aprendizagem TIC referentes à literacia digital para que as áreas de competências – informação, comunicação, produção e segurança – se constituam como pilares das restantes literacias, nomeadamente as que são definidas no documento “Aprender com a Biblioteca Escolar”: literacia da leitura, literacia dos media e literacia da informação.
Ao concluir o Ensino Básico, o aluno deverá ser capaz de pesquisar, selecionar e organizar informação para a transformar em conhecimento mobilizável e adotar estratégias adequadas à resolução de problemas e à tomada de decisões. A biblioteca escolar é o espaço e o recurso por excelência para a concertação de esforços na promoção e desenvolvimento da literacia da informação, cumprindo os objetivos que estão consignados nos documentos referenciais, nomeadamente o Manifesto da Biblioteca Escolar (IFLA/UNESCO, 1999) e a Declaração Política da IASL sobre Bibliotecas Escolares (IASL, 1993) e que o recente referencial emanado pela RBE vem reforçar e orientar.
Portanto, o documento “Aprender com a biblioteca escolar – referencial de aprendizagens associadas ao trabalho das bibliotecas escolares na Educação Pré-escolar e no Ensino Básico” é uma mais-valia, uma referência para o desenvolvimento de atividades com os docentes, pois aponta para estratégias de operacionalização para cada umas das literacias – leitura, média e informação – bem como sugere atividades a desenvolver pelos professores de forma articulada com a biblioteca escolar. Com efeito, reunidos no espaço da biblioteca escolar, os recursos informacionais constituem-se como um excelente manancial para proporcionar o desenvolvimento de conhecimentos, competências e atitudes necessários para se viver na Sociedade da Informação, quer sejam utilizados por iniciativa dos alunos, quer por iniciativa dos professores na preparação e implementação de atividades letivas diversificadas, ao serviço de uma aprendizagem baseada em recursos.
O desenvolvimento de projetos articulados entre os professores e a biblioteca escolar é a melhor forma de articular as Metas de Aprendizagem TIC com as competências necessárias às diferentes áreas de literacia, pois a biblioteca é o espaço privilegiado para a agregação de diferentes saberes.

Referências Bibliográficas:

COSTA, Fernando et al. (2010). I Encontro Internacional TIC e Educação. Inovação Curricular com TIC. Lisboa. Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. (931-936). (http://aprendercom.org/miragens/wpcontent/uploads/2010/11/398.pdf)
COSTA, Fernando et al. (2010). Metas de Aprendizagem na área das TIC. in DGIDC-ME (2010). Metas de Aprendizagem. Lisboa: DGIDC/ME. Disponível em http://repositorio.ul.pt/handle/10451/6567
DECRETO-LEI nº 6/2001. D.R. I Série - A (2001-01-18) 258-265. [Em linha]. Disponível em http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=31&fileName=decreto_lei_6_2001.pdf
 IASL (1993). Declaração política da IASL sobre bibliotecas escolares. [Em linha]. Disponível em http://www.oei.es/pdfs/rbe5.pdf.
IFLA/UNESCO (1999). Manifesto da Biblioteca Escolar da IFLA/UNESCO. [Em linha]. Disponível em http://archive.ifla.org/VII/s11/pubs/portug.pdf.
FELIZARDO, Helena. (2014). As metas de aprendizagem na área das TIC no contexto do desenvolvidas das literacias e das competências transversais : Um referencial para as aprendizagens com TIC [Facultado pela Docente da Disciplina, na Plataforma].
PORTUGAL. Ministério da Educação e Ciência. Gabinete da Rede Bibliotecas Escolares: Aprender com a biblioteca escolar . Lisboa: RBE (2012) Disponível em http://www.rbe.min-edu.pt




quinta-feira, 20 de novembro de 2014

As TIC no currículo - potencialidades e constrangimentos

A partir da leitura da bibliografia disponibilizada e das referências ao uso das tecnologias se encontram no programa da disciplina que leciona, reflita sobre os fatores que mais determinam positivamente ou negativamente a integração curricular das TIC. Apresente o resultado da sua reflexão através de um mapa concetual elaborado no Popplet.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

GLOSTER EDU BASI



 É uma plataforma de aprendizagem onde é necessário efetuar um registo permitindo criar cartazes interativos, com a adição de fotos, textos, vídeos, música, links, anexos de arquivo, animações, para além de desenhos.

Esta ferramenta apresenta muitas vantagens e algumas desvantagens.
Entre as vantagens destaca-se o facto de o Glogster EDU Basic:

- ser gratuito;
- ser uma ferramenta de fácil manuseamento, o que motiva os alunos para o uso das TIC;
- contribuir para o desenvolvimento de literacias da informação (mediáticas e de leitura);
- permitir o desenvolvimento da criatividade;
- estimular a interação e o trabalho cooperativo e colaborativo;
- possibilitar a partilhar do URL do glog e a sua inserção num site e/ou num blog.

Como aspetos negativos, salienta-se o facto de:

- o Glogster EDU Basic não reconhecer alguns grafemas do português, podendo comprometer a correção de textos, legendas, etc., o que inibe o seu uso no mundo lusófono;
- o conteúdo dos cartazes poder ser obnubilado em favor da exuberância da sua forma, isto é, a multiplicidade de itens que é possível introduzir é tanta que se pode gerar um certo “ruído” visual nos trabalhos dos alunos e o conteúdo informativo do glog ser pouco claro;
- a versão Premium, com mais funcionalidades / potencialidades, ser paga.

Apresentação slideshare

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Implicações da Web 2.0 para as Bibliotecas Escolares




 Cada vez mais se pretende que uma Biblioteca Escolar esteja sempre ao serviço da comunidade que procura inovar e acompanhar as mudanças da Escola do século XXI; uma Biblioteca que envolva os seus alunos na construção do seu próprio saber; uma Biblioteca que leve os seus recursos além das quatro paredes e se torne uma referência em contexto de sala de aula, estudo autónomo e ocupação dos tempos livres; uma Biblioteca que convide os seus utilizadores a dar um feedback e avaliação constante, de forma a melhorar cada vez mais os serviços que oferece; uma BE que saiba dar resposta às exigências de uma nova Era. Os desafios com que nos deparamos diariamente são muitos e cada vez mais diversificadas, “Ensinar o é mais transmitir conhecimentos. O professor perde o monopólio do saber, pois não detém mais todas as informações e o aluno deixa sua posição passiva de aprendiz, onde somente acumulava informações, na maioria das situações sem compreensão e contextualização com a realidade. Ele passa a ter o papel de consultor da aprendizagem, no sentido de abrir caminhos ao conhecimento, visando preparar o educando para o confronto com novos problemas, exercitar a ousadia da curiosidade e incentivar o espírito criativo e crítico das crianças e jovens (Tedesco, 2006).”
Segundo Tim O’Reilly, a “Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência colectiva.” “Podese visualizar a Web 2.0 como um conjunto de princípios e práticas que interligam uma rede de sítios e serviços com os quais os utilizadores interagem e aos quais acrescentam valor. Se antes a web era estruturada por meio de sítios que disponibilizavam conteúdo online, de maneira estática, sem oferecer a possibilidade de interação aos internautas, agora é possível criar uma conexão por meio das comunidades de utilizadores com interesses em comum. Muitos destes sítios tornaramse verdadeiros aplicativos (ex. Google, que disponibiliza processador de texto, gestor de correio, folha de cálculo, apresentação eletrónica, agenda, agregador de conteúdos, etc.). As suas funcionalidades, a maioria das quais de acesso gratuito e “user friendly”, possuem a sofisticação de softwares que antes apenas tínhamos no disco rígido do computador. Na base da Web 2.0 está a participação dos utilizadores: eles acrescentam valor à rede, o serviço melhora quanto mais pessoas o usam, qualquer utilizador pode criar conteúdos e avaliar os que encontra (ratting)” (O'Reilly, 2005).
As bibliotecas devem ser inclusivas e proporcionar programas de formação e aprendizagem que, entre outros aspetos, contribuem para melhorar as condições de acesso e uso dos serviços de informação na era digital, assim como, no cumprimento da sua missão impulsionem a infoinclusão tecnológica.

ibliográfia
Bibliografia
Furtado, C. C. (2009). Bibliotecas escolares e web 2.0: revisão da literatura sobre Brasil e Portugal. Em Questão,v.15, n.ᵒ 2, Porto Alegre, pp. 135-150.
Maness, J. M. (2007). Teoria da biblioteca 2.0: as suas implicações para as bibliotecas. Informação & Sociedade: Estudos, v.17, n. ᵒ1, pp. 43-51.
O’Reilly, T. (2005) What is web 2.0 [On-line]. Retirado de http://oreilly.com/pub/a/web2/archive/what-is-web-20.html?page=1 Acesso em: 20 out. 2014
Tedesco, J. (2006). Educar na sociedade do conhecimento. JMEditora.